“And so I ask myself: 'Where are your dreams?' And I shake my head and mutter: 'How the years go by!' And I ask myself again: 'What have you done with those years? Where have you buried your best moments? Have you really lived?" Fyodor Dostoyevsky, White Nights
domingo, 4 de outubro de 2015
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
O problema do filho de Deus
Por Francisco Louçã
Será hoje leiloada uma carta de Darwin a um então desconhecido, o jovem advogado F.A. McDermott, que o inquiria sobre as suas convicções religiosas.
Durante muitos anos, Charles Darwin tinha escondido o que pensava da
religião, embora o seu livro sobre a evolução das espécies tenha sido
lido como um questionamento da doutrina bíblica — e era. Ou porque a sua
mulher era crente, ou por temer o escândalo que as suas opiniões
provocariam, nunca tinha respondido a questões semelhantes e que tinham
sido insistentes. Mas, aos 71 anos (morreria dois anos mais tarde)
respondeu lapidarmente.
Escreve Darwin que não acredita na Bíblia como uma revelação divina
nem que Jesus Cristo fosse filho de Deus. Nas duas respostas, Darwin
aponta o essencial: essas duas ideias são crenças (e ele não
acreditava). Acreditar ou não é o que se chama uma questão de fé e,
portanto, o seu debate fica fora do alcance da razão e da argumentação.
Não há forma racional de estabelecer essas vinculações, seja da Bíblia à
palavra de um Deus seja a de Jesus Cristo como seu filho. Isso, aliás,
não diminui o significado da figura histórica de Jesus, que marcou o
ascenso de uma seita cristã dentro do judaísmo – para usar as palavras
de Frei Bento Domingues, se o estou a citar bem – e se transformou numa
das grandes religiões mundiais. Ou, como escreve Anselmo Borges,
sacerdote e teólogo fascinante, Cristo, “blasfemo religioso e subversivo
social e político”, haveria de marcar o nosso tempo.
Miguel Portas ofereceu-me uma vez um livro deslumbrante, “A Verdadeira História de Jesus”,
de E.P. Sanders, professor de ciências da religião a Universidade de
Oxford e depois na de Duke, nos Estados Unidos. O livro compila a
evidência histórica disponível e verificada sobre a heresia cristã e
sobre o seu impacto na época, conduzindo-nos através da Bíblia e de
muitos outros escritos ao encontro dos sinais dessa revolução, que
demonstra como foi profunda e como se prolongou no tempo.
Ao ler a carta de Darwin, que não conhecia, pergunto-me quanta
coragem foi preciso para que aquele cientista do seu tempo pudesse
responder com honestidade à pergunta que o excluía do senso comum da
sociedade britânica, conservadora e autoritária, temente e obediente, em
nome da sua ciência que era a sua convicção mais profunda. E noto o
cuidado, talvez até carinhoso, com que ele escolhe as palavras e se
diferencia do que recusa, porque não encontra justificação racional para
esses dogmas, mas nada mais dizendo sobre a fé ou opinião dos outros.
Darwin, grande senhor da ciência moderna, respeitando o seu
correspondente, era um homem mais tolerante do que alguns bispos e
ayatollahs dos tempos de hoje.
sábado, 19 de setembro de 2015
Quando uma relação aberta tem um preço
por Eliza Kennedy, vive em Nova Iorque e é a autora do romance I Take You
"Durante
a faculdade, passei algumas noites maravilhosas a namorar com um poeta
de cabelos compridos. Passei algumas semanas na brincadeira com um
estudante de religião carinhoso e divertido. Cheguei até a sair por
pouco tempo, se bem que inconscientemente, com um estudante do ensino
secundário. (Desde quando os jovens de 17 anos têm barba?)
Isto
é o que se faz na faculdade. Sem a prisão das rotinas da infância e
livre dos julgamentos e preconceitos das pessoas que nos conhecem
melhor, exploramos e experimentamos, testamos novas ideologias, novos
pontos de vista. Novas pessoas.
Assim sendo, experimentei de forma
livre e feliz. Mas a minha situação era diferente da maior parte das
pessoas: eu também tinha um namorado sério no momento. Tão sério que
vivíamos juntos. Tínhamos dois gatos. No entanto, eu não estava a
quebrar nenhuma regra. Nós tínhamos uma relação aberta.
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The Vitamin Myth: Why We Think We Need Supplements
"Given that free radicals clearly damage cells -- and given that people
who eat diets rich in substances that neutralize free radicals are
healthier -- why did studies of supplemental antioxidants show they were
harmful? The most likely explanation is that free radicals aren't as
evil as advertised. Although it's clear that free radicals can damage
DNA and disrupt cell membranes, that's not always a bad thing. People
need free radicals to kill bacteria and eliminate new cancer
cells. But when people take large doses of antioxidants, the balance
between free radical production and destruction might tip too much in
one direction, causing an unnatural state in which the immune system is
less able to kill harmful invaders. Researchers have called this "the
antioxidant paradox." Whatever the reason, the data are clear: high
doses of vitamins and supplements increase the risk of heart disease and
cancer; for this reason, not a single national or international
organization responsible for the public's health recommends them."
4 Ways to Tell If a Therapist Is Competent
"1. The therapist understands that a therapeutic relationship is very different from a social relationship. My
view is that good therapy requires the patient to take off the social
mask, but therapist behaviors that are social keep the mask on.
Regardless, though, of the rationale for doing so, competent therapists
promote a mode of relating that is very different from social relating,
and from other forms of (non-therapy) professional relating. In
particular, the therapist must accept responsibility for his or
her setbacks, potholes, and failures.
2. The therapist establishes a joint sense of purpose and a mutual understanding with the patient about what they are there to do together. This
is captured in a clinical case formulation that is unique to the
individual patient (versus a generic, off-the-rack formulation that
could apply to nearly anyone). By “unique,” I mean unique.
3. The therapist interprets the patient’s speech as metaphorical or literary, not as merely literal. The therapist can never know what happened in someone's childhood,
and can’t even be sure about what happened to a patient yesterday. The
therapist understands that this is not a limitation on effectiveness,
because the meaning that experiences hold for an individual is all-important.
4. The therapist interprets the patient’s speech—not only as a window into his or her narrative, constructed self, and world, but also as a metaphorical response to the environment
in which it occurs—a commentary on the therapy itself. This is the
therapist’s primary source of feedback about what works and what
doesn’t."
Artigo Completo
Crescer. As crianças portuguesas são das que têm menos liberdade no dia-a-dia
"Não vão sozinhas para a escola e são quase sempre os pais que as levam de carro. Não saem de casa à noite. Não vão brincar para o parque. Que adultos serão no futuro?
Há 30 anos as crianças portuguesas começavam a ir
para a escola sozinhas com oito ou nove anos. Agora, só aos 12 é que os
pais lhes dão carta branca, mas a maioria vai mesmo de carro, embora
vivam quase sempre a menos de meia hora da escola. Poucos são os que
saem de casa à noite e, ao fim-de-semana, dominam as idas às compras e
as visitas a familiares mais do que as idas ao parque com adultos ou
amigos da mesma idade.
Podia ser apenas um sinal dos tempos, mas um estudo coordenado pelo
think tank Policy Studies Institute (PSI) concluiu recentemente que as
crianças portuguesas são das que têm menos liberdade no dia-a-dia. Em 16
países analisados, Portugal surge em 14.o lugar a par da Itália e só
atrás da África do Sul. Quem trabalha com crianças não estranha, mas não
hesita em apontar consequências que os pais devem ter em conta na hora
de tentar controlar tudo: crianças pouco autónomas são menos
despachadas, mais inseguras, menos tolerantes e até podem chegar a
adultos com défices ao nível motor e emocional. "
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