“And so I ask myself: 'Where are your dreams?' And I shake my head and mutter: 'How the years go by!' And I ask myself again: 'What have you done with those years? Where have you buried your best moments? Have you really lived?" Fyodor Dostoyevsky, White Nights

terça-feira, 17 de abril de 2012

Atlantic City (1980)

Numa Atlantic City, retratada como cinzenta e decadente. Lou é um pequeno e reformado gangster que vê num negócio de droga uma oportunidade de fazer algum dinheiro e escapar ao seu destino. Mas as coisas começam a correr mal. Magnífico desempenho de Burt Lancaster e de Susan Sarandon, numa realização de Luis Malle.

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Fausto 5.0 (2001)

Um médico encontra um doente que alega que ele o operou há oito anos atrás, com sucesso apesar de todas as previsões, e continua a aparecer-lhe até que Fausto começa a ter problemas.

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Waterloo (1970)

Filme épico sobre a batalha de Waterloo, bem realizado e bem interpretado, retratando um acontecimento que marcou a história e o destino da Europa. Rod Steiger como Napoleão poderia ter ganho um Óscar pelo seu desempenho.

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L'innocente (1976)

Um aristocrata pavoneia-se em cerimónias públicas sempre tendo na ideia a sua amante, enquanto a sua mulher assiste impávida e serena. A certa altura o marido tenta afastar-se da amante e regressar à esposa, mas quando o faz é já tarde demais porque ela está grávida e o filho não é seu. Ele pretende a todo o custo abortar o rebento, mas a mulher recusa-se. Uma história dramática e fascinante com excelentes interpretações e com uma realização fabulosa de Visconti.

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Hapiness (1998)

Este filme aborda a mediocridade, a monotonia e a hipocrisia da vida real. Um filme a roçar o surrealismo da banalidade.


Faces (1968)

A monotonia quotidiana e a loucura de um casal da classe média na meia idade, as suas dúvidas, os seus sonhos e as suas incertezas e dilemas irresolúveis. Excelente filme. Cassavettes no seu melhor.

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Shadows (1959)

Nova Iorque nos anos 50. O jazz. No seu primeiro filme, Cassavetes mostra-nos a vida de um grupo de jovens novaiorquinos de classe baixa com o jazz como pano de fundo. Uma jovem, com dois irmãos super-protectores é disputada por dois homens no início da sua sexualidade. As questões raciais e o sexo estão bem presentes, diluidas na temática de uma juventude deambulante, perdida. Excelentes desempenhos, excelente argumento e realização. Um filme histórico.

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Nine Songs (2004)

Um filme cru, quase em tempo real. A história, mostrada por dentro, de uma relação a prazo entre um britânico e uma americana. Excelentes interpretações e realização, argumento simples mas intenso.

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The Girl with the Dragon Tattoo (2011)

Talvez fosse justo dizer que este filme é tão bom ou melhor que o Melancolia e que também poderia ser considerado o melhor de 2011. Embora com um argumento simples, este thriler explora bem a história enquanto vai enriquecendo humanamente os personagens do primeiro ao último minuto. A crueldade do final é um choque, apesar de até lá nos ir sempre surpreendendo e mantendo presos à acção. A tradução que fizeram do título original é algo que deveria ofender todos os portugueses. David Fincher acaba por não desiludir.

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Melancolia (2011)

Talvez o melhor filme de 2011. Um casamento decorre e deteriora-se, enquanto a Terra se prepara para o fim do mundo. Excelente realização e interpretações. Kirsten Dunst, num desempenho excelente. Lars Von Trier mantém a qualidade padrão dos seus filmes.

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Drive (2011)

Um duplo de cinema e mecânico envolve-se com uma mulher casada, deparando-se com inúmeros problemas e crises em catadupa. Uma boa história, um bom desempenho dos actores e da realização, uma boa banda sonora e um excelente aproveitamento daquilo que é à partida um argumento pobre. Um dos melhores de 2011, e que não é melhor porque a história é um cliché.

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The Gambler (1974)

Provavelmente o melhor filme sobre o drama de um viciado em jogo, soberbamente interpretado por James Cahan

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À beleza

Não tens corpo, nem pátria, nem família, Não te curvas ao jugo dos tiranos.
Não tens preço na terra dos humanos,
Nem o tempo te rói.
És a essência dos anos,
O que vem e o que foi.

És a carne dos deuses,
O sorriso das pedras,
E a candura do instinto.
És aquele alimento
De quem, farto de pão, anda faminto.

És a graça da vida em toda a parte,
Ou em arte,
Ou em simples verdade.
És o cravo vermelho,
Ou a moça no espelho,
Que depois de te ver se persuade.

És um verso perfeito
Que traz consigo a força do que diz.
És o jeito
Que tem, antes de mestre, o aprendiz.

És a beleza, enfim.
És o teu nome.
Um milagre, uma luz, uma harmonia,
Uma linha sem traço...
Mas sem corpo, sem pátria e sem família,
Tudo repousa em paz no teu regaço.

Miguel Torga

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