“And so I ask myself: 'Where are your dreams?' And I shake my head and mutter: 'How the years go by!' And I ask myself again: 'What have you done with those years? Where have you buried your best moments? Have you really lived?" Fyodor Dostoyevsky, White Nights

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O problema do filho de Deus

Por

 darwin 

Será hoje leiloada uma carta de Darwin a um então desconhecido, o jovem advogado F.A. McDermott, que o inquiria sobre as suas convicções religiosas.

Durante muitos anos, Charles Darwin tinha escondido o que pensava da religião, embora o seu livro sobre a evolução das espécies tenha sido lido como um questionamento da doutrina bíblica — e era. Ou porque a sua mulher era crente, ou por temer o escândalo que as suas opiniões provocariam, nunca tinha respondido a questões semelhantes e que tinham sido insistentes. Mas, aos 71 anos (morreria dois anos mais tarde) respondeu lapidarmente.

Escreve Darwin que não acredita na Bíblia como uma revelação divina nem que Jesus Cristo fosse filho de Deus. Nas duas respostas, Darwin aponta o essencial: essas duas ideias são crenças (e ele não acreditava). Acreditar ou não é o que se chama uma questão de fé e, portanto, o seu debate fica fora do alcance da razão e da argumentação. Não há forma racional de estabelecer essas vinculações, seja da Bíblia à palavra de um Deus seja a de Jesus Cristo como seu filho. Isso, aliás, não diminui o significado da figura histórica de Jesus, que marcou o ascenso de uma seita cristã dentro do judaísmo – para usar as palavras de Frei Bento Domingues, se o estou a citar bem – e se transformou numa das grandes religiões mundiais. Ou, como escreve Anselmo Borges, sacerdote e teólogo fascinante, Cristo, “blasfemo religioso e subversivo social e político”, haveria de marcar o nosso tempo.

Miguel Portas ofereceu-me uma vez um livro deslumbrante, “A Verdadeira História de Jesus”, de E.P. Sanders, professor de ciências da religião a Universidade de Oxford e depois na de Duke, nos Estados Unidos. O livro compila a evidência histórica disponível e verificada sobre a heresia cristã e sobre o seu impacto na época, conduzindo-nos através da Bíblia e de muitos outros escritos ao encontro dos sinais dessa revolução, que demonstra como foi profunda e como se prolongou no tempo.

Ao ler a carta de Darwin, que não conhecia, pergunto-me quanta coragem foi preciso para que aquele cientista do seu tempo pudesse responder com honestidade à pergunta que o excluía do senso comum da sociedade britânica, conservadora e autoritária, temente e obediente, em nome da sua ciência que era a sua convicção mais profunda. E noto o cuidado, talvez até carinhoso, com que ele escolhe as palavras e se diferencia do que recusa, porque não encontra justificação racional para esses dogmas, mas nada mais dizendo sobre a fé ou opinião dos outros. Darwin, grande senhor da ciência moderna, respeitando o seu correspondente, era um homem mais tolerante do que alguns bispos e ayatollahs dos tempos de hoje.

sábado, 19 de setembro de 2015

Gangs in L.A. w/ Retired LAPD Lt. Raymond Foster


Face to Face - Entrevista com Carl Jung


Quando uma relação aberta tem um preço

por Eliza Kennedy, vive em Nova Iorque e é a autora do romance I Take You


"Durante a faculdade, passei algumas noites maravilhosas a namorar com um poeta de cabelos compridos. Passei algumas semanas na brincadeira com um estudante de religião carinhoso e divertido. Cheguei até a sair por pouco tempo, se bem que inconscientemente, com um estudante do ensino secundário. (Desde quando os jovens de 17 anos têm barba?)


Isto é o que se faz na faculdade. Sem a prisão das rotinas da infância e livre dos julgamentos e preconceitos das pessoas que nos conhecem melhor, exploramos e experimentamos, testamos novas ideologias, novos pontos de vista. Novas pessoas.

Assim sendo, experimentei de forma livre e feliz. Mas a minha situação era diferente da maior parte das pessoas: eu também tinha um namorado sério no momento. Tão sério que vivíamos juntos. Tínhamos dois gatos. No entanto, eu não estava a quebrar nenhuma regra. Nós tínhamos uma relação aberta.

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The Vitamin Myth: Why We Think We Need Supplements

"Given that free radicals clearly damage cells -- and given that people who eat diets rich in substances that neutralize free radicals are healthier -- why did studies of supplemental antioxidants show they were harmful? The most likely explanation is that free radicals aren't as evil as advertised. Although it's clear that free radicals can damage DNA and disrupt cell membranes, that's not always a bad thing. People need free radicals to kill bacteria and eliminate new cancer cells. But when people take large doses of antioxidants, the balance between free radical production and destruction might tip too much in one direction, causing an unnatural state in which the immune system is less able to kill harmful invaders. Researchers have called this "the antioxidant paradox." Whatever the reason, the data are clear: high doses of vitamins and supplements increase the risk of heart disease and cancer; for this reason, not a single national or international organization responsible for the public's health recommends them."

4 Ways to Tell If a Therapist Is Competent

"1. The therapist understands that a therapeutic relationship is very different from a social relationship. My view is that good therapy requires the patient to take off the social mask, but therapist behaviors that are social keep the mask on. Regardless, though, of the rationale for doing so, competent therapists promote a mode of relating that is very different from social relating, and from other forms of (non-therapy) professional relating. In particular, the therapist must accept responsibility for his or her setbacks, potholes, and failures.

2. The therapist establishes a joint sense of purpose and a mutual understanding with the patient about what they are there to do together. This is captured in a clinical case formulation that is unique to the individual patient (versus a generic, off-the-rack formulation that could apply to nearly anyone). By “unique,” I mean unique.

3. The therapist interprets the patient’s speech as metaphorical or literary, not as merely literal. The therapist can never know what happened in someone's childhood, and can’t even be sure about what happened to a patient yesterday. The therapist understands that this is not a limitation on effectiveness, because the meaning that experiences hold for an individual is all-important.

4. The therapist interprets the patient’s speech—not only as a window into his or her narrative, constructed self, and world, but also as a metaphorical response to the environment in which it occurs—a commentary on the therapy itself. This is the therapist’s primary source of feedback about what works and what doesn’t."

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Género dos Nomes em Alemão


Crescer. As crianças portuguesas são das que têm menos liberdade no dia-a-dia


"Não vão sozinhas para a escola e são quase sempre os pais que as levam de carro. Não saem de casa à noite. Não vão brincar para o parque. Que adultos serão no futuro?


Há 30 anos as crianças portuguesas começavam a ir para a escola sozinhas com oito ou nove anos. Agora, só aos 12 é que os pais lhes dão carta branca, mas a maioria vai mesmo de carro, embora vivam quase sempre a menos de meia hora da escola. Poucos são os que saem de casa à noite e, ao fim-de-semana, dominam as idas às compras e as visitas a familiares mais do que as idas ao parque com adultos ou amigos da mesma idade.

Podia ser apenas um sinal dos tempos, mas um estudo coordenado pelo think tank Policy Studies Institute (PSI) concluiu recentemente que as crianças portuguesas são das que têm menos liberdade no dia-a-dia. Em 16 países analisados, Portugal surge em 14.o lugar a par da Itália e só atrás da África do Sul. Quem trabalha com crianças não estranha, mas não hesita em apontar consequências que os pais devem ter em conta na hora de tentar controlar tudo: crianças pouco autónomas são menos despachadas, mais inseguras, menos tolerantes e até podem chegar a adultos com défices ao nível motor e emocional. "

FM Attack - Magic


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