Quando foi a última vez que discutiu com a sua cara metade? Depois da gritaria, deu por si a pensar no que deveria ter dito? Ou, pior, no que não devia ter dito?

A boa notícia é que é possível corrigir o que aconteceu, como também saber qual a melhor argumentação para que, da próxima vez, seja uma “discussão” mais produtiva – e menos dispersa.

Argumentos produtivos são na verdade uma das coisas que parecem distinguir os casais que ficam juntos daqueles que se separam, segundo vários estudos, entre eles um do professor de psicologia John Gottman, da Universidade de Washington e fundador do Instituto Gottman, uma organização dedicada a estudar e a melhorar os relacionamentos entre casais.

Juntamente com o psicólogo Robert Levenson, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, Gottman liderou um estudo ao longo de 14 anos, com 79 casais norte-americanos casados. Entre estes, 21 acabaram por se divorciar. Mas sobre aqueles que continuaram casados, os investigadores descobriram dois factos importantes sobre a forma como discutiam.

Tática n.º 1
Os casais que se divorciaram demoraram muito mais tempo a sanar uma discussão recente, em relação aos que continuaram casados, muitas vezes ficando sem se falar durante horas ou mesmo dias depois da quezília, segundo explicou Gottman ao ‘Business Insider’. Por outro lado, os casais que ficaram juntos discutiam os seus argumentos quase imediatamente depois da discussão.

Gottman compara as relações a um barco no mar: se as águas forem agitadas, o barco balança; mas depois da tempestade, com um pedido de desculpas, o barco volta a velejar. Por isso aconselha os casais a falarem abertamente sobre o que se passou logo após uma discussão. Isso requer o reconhecimento de que ambos são parcialmente responsáveis pelo problema e da mesma forma são responsáveis por fazer as pazes.

Tática n.º 2
Outra caraterística dos casais que se divorciam, segundo Gottman, é que cortam uma discussão com frequência, com comentários insensíveis e inúteis. Os casais saudáveis, tendem a aproximar-se de forma consciente e de mente aberta, assumir a responsabilidade dos seus atos e ouvir o que o companheiro tem para dizer.

“Se disser a alguém que não está a ser racional ou qualquer coisa do género ‘estás a desviar o assunto’, isso não vai resultar, a pessoa vai ficar ainda mais irritada”, diz Gottman. O ideal é dizer: “Eu percebo que isso seja realmente importante para ti; fala-me sobre isso.” Assim vai fazer com que a outra pessoa se sinta escutada.

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