“And so I ask myself: 'Where are your dreams?' And I shake my head and mutter: 'How the years go by!' And I ask myself again: 'What have you done with those years? Where have you buried your best moments? Have you really lived?" Fyodor Dostoyevsky, White Nights

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O psicólogo e sua intervenção na promoção da saúde e do bem-estar

O psicólogo é um profissional da saúde habilitado e com inscrição na Ordem dos Psicólogos, possuindo conhecimento e domínio de competências específicas para trabalhar determinadas queixas ou necessidades apresentadas por indivíduos, grupos e organizações; tendo como objetivo a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar psicobiofísico, social, relacional e espiritual do paciente ou cliente.

Seu trabalho abrange todas as esferas da vida: individual, familiar, profissional e social, e em todos os contextos e fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, adultez e velhice, bem como em situações específicas de prevenção e de crise já deflagrada.

A intervenção profissional do psicólogo e seu campo de atuação específico englobam condições de reabilitação, prevenção, diagnose e suporte psicológico em diferentes situações e contextos, sejam individuais, sejam comunitários, utilizando instrumentos específicos de avaliação, tais como os testes e técnicas psicológicas, entre outros.

Algumas atividades psicológicas podem também ser desenvolvidas online através do e-mail, msn e skype. Para esse fim, o psicólogo, em seu site, deve apresentar o selo do Conselho Federal de Psicologia. Sites de Psicologia que nõo apresentam o selo não podem realizar procedimento online.

Atuação:
O psicólogo atua nas áreas clínica, social e comunitária, organizacional e do trabalho, hospitalar e da saúde, jurídica, escolar e educacional, bem como em ensino e pesquisa em Psicologia. Um dos pontos de atuação do psicólogo de relevante importância é a psicoeducação e psicoprevenção, e o trabalho realizado na construção de politicas públicas que beneficiem a comunidade. Em vista disso, o psicólogo tem papel fundamental na promoção da saúde e do bem-estar em contexto individual e social.

Quando procurar o psicólogo?
Diante de uma problemática na vida do indivíduo, via de regra, o psicólogo é o ultimo a ser procurado. Culturalmente, existem algumas crenças que permeiam a figura do psicólogo, tais como: “quem procura um psicólogo é por que não é normal” ou “a pessoa não tem a capacidade de resolver os seus próprios problemas”, sendo, portanto, classificada como pessoa incompetente, conflituosa, problemática, frágil ou com poucos recursos internos, etc. Hoje, esse panorama já está começando a mudar e as pessoas percebem até mesmo como condição de status  frequentar um psicólogo. Na realidade, os motivos deveriam ser outros, como o autoconhecimento, por exemplo.

Outra questão que dificulta a “cultura do psicólogo” é que a acessibilidade desse profissional é restrita a alguns grupos sociais com determinadas condições socioeconômicas. Infelizmente, boa parte da população não tem condições econômicas de ser acompanhada por um profissional da Psicologia, mas, com certeza, todos precisamos, visto que o interessante seria mesmo um trabalho preventivo, além de autoconhecimento para uma vida mais satisfatória e feliz e não apenas quando o problema já foi deflagrado. Infelizmente, não temos (ainda) uma cultura preventiva no tocante às questões psicológicas.

Em quais situações um psicólogo pode ajudar?
O profissional da Psicologia possui qualificação profissional dentro do âmbito de sua competência para ajudar em:
– Problemas emocionais e afetivos;
– Traumas;
– Dificuldades interpessoais e de relacionamento;
– Recursos para desenvolvimento da resiliência;
– Orientação psicológica;
– Aconselhamento psicológico;
Sobre o aconselhamento psicológico, gostaria de ressaltar que o psicólogo não toma decisões pelo paciente, mas, avalia, questiona e proporciona através da reflexão e percepção diante das possibilidades que se apresentam, bem como de suas consequências, o que aquele deseja para sua vida e o que é melhor para si de acordo com suas possibilidades. Com isso, o próprio  paciente faz suas escolhas e se responsabiliza por elas.
– Distúrbios psicológicos ou psiquiátricos; tais como: transtornos de ansiedade, depressão, fobias, síndrome de estresse pós-traumático, distúrbios alimentares.
– Problemas de aprendizagem e inclusão escolar;
– Dificuldades na escolha profissional;
– Dificuldades familiares;
– Problemas e dificuldades concernentes a fases específicas do desenvolvimento humano; tais como a adolescência, senescência, etc. e seus desafios;
– Problemas e dificuldades em momentos específicos da vida; tais como matrimônio, nascimento de filho, viuvez, aposentadoria;

Caso você tenha se identificado com algum item acima, seria interessante procurar um psicólogo. Ter uma consulta psicológica não é o mesmo que conversar com um amigo. Além de ter qualificação teórico-técnica, o psicólogo se orienta de acordo com os pressupostos do código de ética profissional, observando e respeitando as normas e regras deontológicas que regulam a profissão, tendo como premissa básica a seriedade, a pontualidade, o respeito e o profissionalismo que balizam o fazer psicológico. Através de técnicas específicas, o cliente ou paciente resolve a problemática ou queixa que o levou a procurar um profissional da Psicologia, além de proporcionar e viabilizar uma melhor compreensão e percepção de si mesmo e do mundo que o cerca, promovendo seu autoconhecimento e crescimento em todas as esferas da vida, desenvolvendo a própria autonomia e autoestima e ,portanto, favorecendo mudanças positivas.

15 filmes sobre solidão que você precisa assistir

Por Philippe Torres

1- Ela

Direção: Spike Jonze
País: EUA
Em um futuro próximo na cidade de Los Angeles, Theodore Twombly (Joaquin Phoenix) é um homem complexo e emotivo que trabalha escrevendo cartas pessoais e tocantes para outras pessoas. Com o coração partido após o final de um relacionamento, ele começa a ficar intrigado com um novo e avançado sistema operacional que promete ser uma entidade intuitiva e única. Ao iniciá-lo, ele tem o prazer de conhecer “Samantha”, uma voz feminina perspicaz, sensível e surpreendentemente engraçada. A medida em que as necessidades dela aumentam junto com as dele, a amizade dos dois se aprofunda em um eventual amor um pelo outro.
1

2- Morangos Silvestres

Direção: Ingmar Bergman
País: Suécia
A caminho de uma cerimônia de premiação numa universidade, um médico é assediado por situações e personagens que o conduzem a um mergulho em sua vida pregressa.
2

Continuar a ler...

20 Delightfully Weird Movies That You Might Not Have Seen

11 May 2015 Features, Film Lists by Aidil Rusli
 
7. Possession (Andrzej Zulawski, 1981)
Possession film

This is quite possibly the most bizarre film on this whole list. With a tone that could only be described as hysterical, it would have placed much higher on the list if it actually made sense. Despite the fact that it played In Competition at Cannes with Isabelle Adjani winning Best Actress at both Cannes and the French Cesars, Possession remains a film that probably only the director himself understood.
The main story is about the disintegration of a marriage between Mark and Anna, but hints of a political allegory also taking place frequently surface in the form of Mark’s vaguely explained job (and some shenanigans involving pink socks), the film’s setting in Berlin and the very frequent sighting of the Wall and its guards each time a character looks out the window.
But even without managing to figure out what the hell is going on, Possession is a WTF movie of the highest order, with character psychology going from calm to mental in a manner of seconds, punctuated by endless shrieking matches between the couple or between Mark and one of Anna’s lovers Heinrich (a lothario who’s alternately macho and effeminate, played with superbly memorable overacting by Heinz Bennent), not to mention Anna’s other lover, a tentacled creature that looks like an octopus.
With so many show-stopping WTF moments, the crown jewel (which surely clinched Adjani’s Best Actress prizes) is undoubtedly the scene where Anna spectacularly freaks out like a woman possessed in the subway tunnels, having some sort of miscarriage with blood and goo coming out of her ears and body in the process. Unforgettable.

25 Great Movies With The Most Effective Uses Of Voice-Over Narration

voice-over narration

Voice-over narration is a technique commonly used in film, theatre or television productions in which a voice, that is generally non-diegetic, occurs in the course of a work’s narrative.
Usually uttered by a character from within the work, voice-over typically aims to elucidate a story’s development and mise-en-scène, thus creating elements of structure and continuity. It can be used as a way to recount past events and create an ambience, but is also recurrent in non-fictional films, such as documentaries or televised-news, due to its characteristically informative nature.
However, by reflecting on which motion pictures have employed the most significant uses of voice-over narration, we can discern films that often transcend and defy this method’s conventional expectations.
Though voice-over is a technique that frequently causes debate in the cinematic world due to the claim that a film is inherently narrated – and thus that a supplementary voice would merely interfere in the storyline, it is surely due to the work of some remarkable screenwriters that voice-over has proven its ability of not necessarily intruding, but enhancing the effect of a narrative.
This list is an attempt of categorising the films with the most effective and innovative uses of voice-over narration in a somewhat suitable order, with the effort of avoiding to merely classify them on a best-film basis.
We can find works with varied but distinctively creative ways of employing voice-over, some based off literary works in order to preserve the author’s language, and others with entirely inventive uses – rather justifying why several were either nominated or won the Academy Award for Best Original Screenplay.

domingo, 22 de novembro de 2015

15 filmes imperdíveis para quem gosta de psicologia

Por Juliana Varella
O labirinto da mente humana pode revelar histórias muito mais curiosas, assustadoras ou surpreendentes do que imaginamos. Entre desvios de personalidade, manias, doenças degenerativas ou problemas de memória, confira 15 filmes que exploram os limites da psicologia:
Confira os melhores filmes que exploram transtornos psicológicos de formas surpreendentes

1- Psicose

Para quem gosta de psicologia, Norman Bates é um dos personagens mais interessantes para serem analisados em todo o cinema de Hitchcock. Bates é o gerente de um hotel na estrada, ao lado de sua mãe, que parece dominá-lo completamente. Quando uma criminosa aluga um quarto durante uma fuga, um assassinato abala o hotel e atrai a atenção da polícia.
1
Psicose (Psycho, Alfred Hitchcock, EUA, 1960, 109 min) Divulgação

2- Um Estranho no Ninho

Jack Nicholson é um criminoso que, para escapar da sentença, alega desequilíbrio mental e é internado numa instituição. Lá, ele percebe a situação degradante em que estão largados os pacientes, reféns da atitude abusiva de uma enfermeira-chefe, e decide tomar uma atitude para mudar a situação.
2
Um Estranho no Ninho (One Flew Over The Cuckoo’s Nest, Milos Forman, EUA, 1975, 133 min) Divulgação

3- O Silêncio dos Inocentes

Qual a melhor forma de compreender os passos de um serial killer, senão consultando outro serial killer? Essa é a missão de Clarice (Jodie Foster), uma agente do FBI que negocia com o prisioneiro Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) para que ele a ajude a prender outro assassino, que ainda está à solta. Lecter é um vilão culto e sofisticado que usa a psicologia para manipular os agentes ao seu redor, inclusive Clarice, e conseguir sua liberdade.
3
O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs, Jonathan Demme, EUA, 1991, 118 min) Divulgação

4- Melhor é Impossível

Jack Nicholson vive um de seus papéis mais divertidos como o obsessivo-compulsivo Melvin, um homem sem amigos e cheio de manias que desenvolve uma amizade incomum com uma garçonete (Helen Hunt), que considera-o desprezível. Quando ela precisa largar o emprego para cuidar do filho, sua tranquilidade é abalada e ele precisa tomar uma atitude.
4
Melhor é Impossível (As Good As It Gets, James L. Brooks, EUA, 1997, 139 min) Divulgação

sábado, 21 de novembro de 2015

10 filmes sobre bullying que você deveria assistir

Todos os dias, alunos no mundo todo sofrem com um tipo de violência que vem mascarada na forma de “brincadeira”. Estudos recentes revelam que esse comportamento, que até há bem pouco tempo era considerado inofensivo e que recebe o nome de bullying, pode acarretar sérias consequências ao desenvolvimento psíquico dos alunos, gerando desde queda na autoestima até, em casos mais extremos, o suicídio e outras tragédias.

O site Getro criou uma lista com 10 filmes sobre bullying que você deveria assistir.

1. A Classe (Klass, Estônia 2007): Joosep é um adolescente tímido e sensível que virou saco de pancadas do valentão Anders e sua turma. Diariamente, Joosep é submetido a longas sessões de tortura física e psicológica. A situação piora quando Kaspar, um dos moleques que marcava posição contra Joosep, muda sua conduta e passa a protegê-lo. Sentindo sua liderança ameaçada, Anders decide tornar Kaspar vítima tambem das mesmas atrocidades. Produzido num país sem muita tradição cinematográfica, o filme é um verdadeiro soco no estômago, feito propositadamente para chocar. A princípio, pode soar sensacionalista, mas está mais para um ALERTA e dificilmente vai deixar indiferente quem o assistir.

2. Meu Melhor Inimigo (Min Bedste Fjende, Dinamarca 2010): Cansado de ser humilhado pelos garotos da escola, Alf decide tomar medidas contra aqueles que o atormentam. Alia-se a outro colega também vítima de bullying e, juntos, inspirados nas lutas de Niccolo, herói de uma revista em quadrinhos, firmam um pacto secreto para se vingar dos valentões da turma. Tudo parece ir de acordo com o plano, até que Alf percebe que virar a mesa contra seus algozes, tem suas consequências. Impactante e triste filme dinamarquês que nos faz refletir sobre nossos atos e este mundo tão cruel.

3. Elefante (Elephant, EUA 2003): Numa escola secundária de Porland, estado do Oregon, a maior parte dos estudantes está engajada em atividades cotidianas. Enquanto isso, dois alunos esperam, em casa, a chegada de uma metralhadora semi-automática com altíssimo poder de fogo. Munidos de várias armas que vinham colecionando, partem para a escola, onde serão protagonistas de um verdadeiro banho de sangue. Inspirado no triste ocorrido em abril de 1999, quando dois adolescentes mataram 14 estudantes e um professor na Columbine High School.

4. Bullying – Provocações Sem Limites (Bullying, Espanha 2009): Órfão de pai, Jordi é um jovem educado, bom aluno e talentoso jogador de basquete que, ao se mudar para uma nova escola em Barcelona, desperta raiva e inveja de um bullie e seu grupo. Humilhações e espancamentos tornam-se parte de sua vida. Jordi guarda silêncio enquanto a violência se intensifica, envolvendo-se cada vez mais no perigoso e sádico jogo psicológico do seu agressor. Um longa angustiante que mostra de maneira severa e chocante a realidade dos que sofrem Bullying e a importância de se denunciar essa prática.

5. Bully (Bully, EUA 2001): Bobby (Nick Stahl) é um valentão que vive abusando fisicamente dos colegas da escola. Cansados de sua atitude, eles se juntam e decidem lhe dar uma lição, atraindo-o até um pântano e espancando-o até a morte. O ocorrido provoca reações distintas na comunidade em que vivem, que vão do choque pela brutalidade do assassinato até mesmo a sensação de que Bobby recebeu o que merecia. Baseado em fatos verídicos, trata-se de um filme chocante, dirigido pelo polêmico Larry Clark (Kids), especializado em retratar o ócio e a banalidade da violência na juventude americana.

6. Ben X – A Fase Final (Ben X, Bélgica 2007): Diagnosticado com Síndrome de Asperger (um Autismo mais leve), Ben é um adolescente com extrema dificuldade de socialização e comunicação. Para escapar da agressão dos colegas de classe, ele refugia-se em Archlord, um game jogado por milhares de pessoas online, cada qual operando um personagem num mundo virtual. A partir do momento em que a opressão leva Ben ao limite, a linha entre a fantasia e a realidade começa a se tornar perigosamente escorregadia. Um filme tocante e inovador, supostamente baseado em um episódio real.

7. Evil, Raízes do Mal (Ondskan, Suécia 2003): Problemático jovem de 16 anos, acostumado a tratar todos com brutalidade, devido aos maus tratos de seu padastro, acaba expulso da escola pública e transferido para um prestigiado colégio privado, onde sabe que terá sua última oportunidade. O adolescente pretende mudar de vida, porém se defronta com muitas situações de injustiças e humilhações por parte dos alunos veteranos que ultrapassam os limites da ética e do bom-senso. Submeter-se ou revidar os maus tratos? Ambientado nos anos 1950, um obra perturbadora e inquietante que também fala de impunidade.

8. Bang, Bang! Você Morreu (Bang, Bang! You’re Dead, EUA 2002). Ben Foster, então com 21 anos, faz um estudante exemplar que, cansado de ser constantemente humilhado por um dos jogadores do time de futebol da escola, ameaça explodir o prédio durante o período de aulas; porém usa uma bomba de mentira. Depois do falso atentado, ele começa a ser visto com desconfiança pelos colegas, e passa a arquitetar algo realmente violento. Ao falar de preconceito, o longa mostra claramente do que um jovem é capaz quando o que se espera dele invade os preceitos morais de um grupo determinado ou de toda uma sociedade.

9. Quase Um Segredo (Mean Creek, EUA 2004): Ronny Culkin faz um delicado adolescente continuamente atormentado pelo valentão da escola. Incentivado pelo irmão mais velho, decide se vingar, atraindo o moleque para uma viagem de barco onde pretende humilhá-lo. Durante o passeio, passa a enxergar seu algoz sob outra perspectiva – a de um garoto solitário que só quer um pouco de atenção – e decide cancelar o plano. Mas as coisas dão errado com consequências trágicas. Um filme instigante, repleto de sarcasmo, sensível e com ótimas atuações.

10. Carrie, A Estranha (Carrie, EUA 1976): Carrie (Sissy Spacek) é uma jovem tímida que não faz amigos por conta da mãe desequilibrada, uma fanática religiosa. Ao aceitar ir ao baile do colégio, ela cai numa armadilha preparada para ridicularizá-la em público. O que ninguém imagina é que a jovem possui poderes telecinéticos e pretende usá-los para se vingar. Este clássico dirigido por Brian De Palma fala de preconceito e bullying numa época em que a vida colegial só inspirava comédias ou romances. Engraçado perceber que o título nacional acrescentou um adjetivo que é, por si só, uma expressão de segregação!

10 filmes para ampliar o seu olhar psicológico

Através de Um Espelho (Såsom I En Spegel – 1961)

1
O primeiro projeto da hoje conhecida como “Trilogia do Silêncio”, que prefiro chamar de “Trilogia da Fé”, mostra Ingmar Bergman em seu estado mais objetivo, mas, ainda assim, flertando com metáforas. Analisando os três filmes, podemos claramente perceber os questionamentos do cineasta com relação a uma divindade aparentemente muda, invisível em meio aos destroços da guerra, a natureza da fé trabalhada por um ateu. A trama simples utiliza o microcosmo de uma família que passa férias em uma paradisíaca ilha. Karin (Harriet Andersson) acaba de voltar de uma estadia forçada em um hospital psiquiátrico, ainda apresentando sinais de profundo desequilíbrio emocional. Seu marido, vivido por Max von Sydow, seu carente irmão mais novo (Lars Passgård) e seu pai, um homem tão imerso em sua ambição profissional literária, universo onde extravasa suas angústias, sem nunca ter coragem suficiente para resolvê-las, que foi incapaz de estabelecer uma relação de carinho com seus filhos. Um toque de gênio é Bergman torná-lo “Deus” para seu próprio filho, que, admirado, percebe ao final que finalmente conseguiu vê-lo/senti-lo. Após seu contato com a “aranha”, que a manipula e a frustra terrivelmente, a jovem esvazia seu copo de esperança. Bergman força essa reflexão em seu público, levando-o a ver que o conceito divino não se limita a um rígido padrão de ideias e condutas, facilmente manipulado pelas religiões mundanas com seus rituais vazios. Práticas que isolam/segregam o homem, ao invés de fazê-lo perceber-se como parte de um todo. Aquele que busca encontrar Deus, não deve fazê-lo em templos, mas, sim, no ato simples de sorrir para estranhos.

Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (Eternal Sunshine of The Spotless Mind – 2004)

2Na Grécia antiga, berço da filosofia, Heráclito afirmava metaforicamente que nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio. O existir é um perpétuo mudar, um constante fluir. Já Parmênides de Eleia, povo pioneiro no uso da dialética, contestava-o afirmando que o ser é único, eterno, imutável, imóvel e infinito. Ele dividia o mundo em sensível, aquele que conhecemos pelos sentidos, e inteligível, mundo que não vemos e não tocamos, mas compreendemos. John Locke argumentava que a identidade do ser, não era definida por características físicas, mas sim por repetida auto-identificação. Logo, a memória torna-se essencial na construção do ser. O que aconteceria caso o homem pudesse manipulá-la, de forma a aniquilar elementos que o fizeram tornar-se quem ele é? Apagar da mente aqueles eventos que ajudaram a construir sua personalidade, afetaria a forma como o ser lidaria com o seu habitat? O filme, dirigido por Michael Gondry, abre esta importante discussão, contando a história do casal Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet). Após anos sentindo-se insatisfeita com os rumos do relacionamento, ela age impulsivamente e aceita participar de um tratamento que irá fazê-la “cirurgicamente” esquecer completamente de seu namorado. Indignado, Joel decide fazer o mesmo, porém acaba percebendo o valor da preservação daqueles momentos. Ele lutará até o fim para manter suas recordações, mesmo aquelas que lhe causam sofrimento, pois também ajudaram a construir o homem que ele se tornou. O roteiro brilhante de Charlie Kaufman nos induz a questionar a nossa frágil psique, com a angústia de alguém em lidar com a indiferença do outro. Apaga-se a memória, porém ele ainda existe.

Minha Vida em Cor-de-Rosa (Ma Vie en Rose – 1997)

3

A primeira sequência do filme já expõe o leitmotiv que conduz a sensível trama. Enquanto os pais de Jerome escondem ritualisticamente em seus uniformes diários a ausência do calor que outrora havia em seu relacionamento, os pais de Ludovic se entregam à vida naturalmente e com real paixão, com o diretor de arte expondo claramente o contraste na paleta de cores que emolduram as cenas. O primeiro momento em que realmente vemos o menino, somos levados a sentir o mesmo choque que seus pais, pois ele está usando o vestido de princesa de sua irmã. Seu pai, temeroso pelo julgamento cruel da sociedade, limita sua corajosa atitude a uma brincadeira inconsequente. Sua mãe corre para fazê-lo retirar com água fria a maquiagem de seu rosto. No rosto da criança, a apatia dos que sofrem diariamente com a ignorância daqueles que deveriam ser mais inteligentes, por terem mais experiência de vida. Ludovic não sabe ainda que o ser humano é uma espécie muito pouco evoluída, escrava de crenças em seres imortais, anjos, demônios e feitos miraculosos, porém incapazes de simplesmente aceitar uma condição natural que compartilhamos com várias espécies (mais de 1.500, para ser mais exato) do reino animal: a homossexualidade. A religiosidade, sempre caracterizada pelo domínio do homem sobre a mulher, desde a lenda de Adão e Eva, vista como a causadora de todos os males, estabeleceu fortemente sua presença na sociedade, como uma triste mancha na História, formando gerações de machistas ignorantes e mulheres sexualmente reprimidas. A absurda noção do pecado, camuflando hipocritamente qualquer desejo sob um véu de pureza, que se rompe assim que o autoproclamado santo se tranca na solidão de seus pensamentos. A ilusão de que se alcança o divino pelo ato da castidade, ignorando que, caso exista, ele perceberia os instintos naturais que não se podem domar.

Da Responsabilidade

O primeiro passo em qualquer mudança terapêutica é o surgimento da responsabilidade. Se a pessoa não se sente, de maneira nenhuma, responsável pelas suas próprias dificuldades, como, então, ela será capaz de modificar a situação?

Irvin Yalom em "O carrasco do amor".

O esquema da Teoria Cognitivo Comportamental


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

20 Unconventional Romantic Films That Are Worth Your Time

17 November 2015 Features, Film Lists by Angeliki Katsarou
chungking express

Most of us grew up with the Disney versions of fairy tales like the Sleeping Beauty and the Snow White. Romance was introduced into our lives through the love stories of princes and princesses who were destined to live happily ever after. Romance in films is problematically idealised and embellished to the point that it looks staged and fake.
Even if the heroes are not of an aristocratic breed they have to be stylised, they know when to say the perfect lines and how to move their faces and bodies in the perfect way. Seductive femme fatales that fall for brawny enforcers of the law, poor tramps that lose their minds for the gracious ladies and brave warriors that save the virtuous girls have shaped our expectations about what our love story should be like.
Reality check- is this the way that it’s supposed to be? Are the aforementioned film characters what true people look or behave like? The films of this lists challenge stereotypical expectations and conventions. Their heroes are as original as their romances and they offer a depiction for love that is warm and not made of plastic.
Unique, imaginative and unforgettable love stories are born inside them and they invite us in a cinematic trip filled with emotions diverse and authentic. The question that they are called to answer is what is love actually and their answers are unexpected an uncompromising, befitting to the essence of genuine romance.

1. Lars and the Real Girl (Craig Gillespie, 2007)
Lars and the Real Girl (2007)

Lars is a young, introvert man who doesn’t seem able to find a place to fit in. He is detached from his family, co-workers and acquaintances and his behaviour is, at the least, eccentric. This last characteristic of his personality is even more highlighted when he brings home a human sized and realistic plastic doll whom he presents to everyone as his girlfriend.
With the encouragement of a psychologist the people of his social circle will be advised to pretend to believe him, in order to uncover the source of his delusional actions.
Lars and the Real Girl is unconventional on various levels. Avoiding to present Lars as an emotionally handicapped man who is pitied by everyone around him, the hero is treated normally with genuine appreciation and care. His friends even go as far as liking his fake girlfriend, sympathising with Lars and sharing his living fantasy with him.
Furthermore, the exposition of the roots of his emotional problems and their confrontation is given gradually and in respect with his special personality. The film is sweet and filled with emotions without falling in the usual pitfall of forcing the viewer’s emotions.

2. Chungking Express (Wong Kar-wai, 1994)
Chungking-express

Expired pineapple cans, shocking wet towels, toy airplanes and chef’s salads; everything is reminiscent of love in Wong Kar-wai’s most feel-good film. Two cops grieve the end of their relationships with the women that they deeply loved when they bump into other women who will radically change their lives.
The plot of the film is untangled in two different storylines that intersect only because of the existence of a restaurant that the two men patron. All of the characters of the film are perfectly constructed with unique personalities and habits that make the viewer sympathise with their misfortunes.
The film is filled with metaphors and parallelisms and the endings of both story lines are left open. Every single detail is given in a deeply imaginative way and its romantic atmosphere is melancholic and hopeful at the same time. Even if the dialogues and the events of the film seem absurd and highly unrealistic a closer look elevates them as deep philosophical questionings on the true nature of love.

3. Castaway on the Moon (Hae-jun Lee, 2009)
korea_castaway_on_the_moon

One of the most original and heart-felt films that South Korea has ever produced, Castaway on the Moon narrates the love story of two young people who literally live in the margins of society. Seung-geun is a young man who decides to commit suicide by jumping into the Han river from a bridge. His attempt fails and he is carried away by the tide to a small island where he decides to start his life anew.
On the other side of the river resides Jung-geon, a girl who suffers by agoraphobia and never leaves her room, spending her hours on the Internet. Her only connection with the outside world is offered by a camera that she uses in order to observe and photograph the moon.
When Jung-geon notices Seung-geun’s existence on the isolated island, the two of them start communicating in an unorthodox way. The man writes messages in the sand and the woman decides to respond by throwing bottled messages into the river. Shivering and panicking she makes her first steps outside her house.
After a group of workers kick out Seung-geun from his refuge area, Jung-geon is called to leave her fears behind once and for all in order to find her beloved castaway again. The final sequence of the film is heartbreakingly intense as the two heroes face the danger of getting lost with each other forever.

Arquivo do blogue

Acerca de mim

London, Harrow, United Kingdom