Só  não se basta a si próprio o que não tem com que se bastar. Assim se  explica que ele busque nos outros o que lhe falta em si mesmo. Isto deve  estar certo. E todavia pode não estar. O que falta no que encontramos  pode não ter que ver com o que lá está, mas com o que lá se procura. O  erro está pois no que se não deve procurar. Posso procurar um sistema de  ideias onde só encontro uma dose de senso comum. Posso encontrar uma  côdea de pão onde procurei um bife com ovo a cavalo. Assim há que ir  procurar no fornecimento alheio o que nos falta no próprio - em  contentamento, em pacificação, em reconhecimento da glória de que duvido  ou não tenho. E no entanto, a ambição puramente individual é à nossa  medida que deveria talhar-se. Excepto talvez para o que sustenta essa  ambição, ou seja para o que nos sustenta. Mas nesse caso a ambição  chama-se justiça e já não é individual. E nesse caso fazem-se  revoluções.
Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente IV'
“And so I ask myself: 'Where are your dreams?' And I shake my head and mutter: 'How the years go by!' And I ask myself again: 'What have you done with those years? Where have you buried your best moments? Have you really lived?" Fyodor Dostoyevsky, White Nights
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