“And so I ask myself: 'Where are your dreams?' And I shake my head and mutter: 'How the years go by!' And I ask myself again: 'What have you done with those years? Where have you buried your best moments? Have you really lived?" Fyodor Dostoyevsky, White Nights

quinta-feira, 19 de março de 2015

8 Coisas Que Aprendi Em 8 Anos Como Psicólogo Clínico

por Professor Felipe de Souza

1) Todos os começos são difíceis

Esta frase foi atribuída à sabedoria de Confúcio. Bem, não saberemos ao certo. Mas é uma boa frase para começar. Para mim, não foi fácil começar a faculdade de psicologia, por questões familiares e não foi fácil começar minha carreira profissional. O começo de uma terapia também, em geral, não é fácil. As pessoas fazem de tudo para não olharem para si mesmas. Sabiam que uma pessoa comum assiste em média, ao longo de sua vida, a 13 anos de TV? Sim, 13 anos sentando em frente a uma televisão!
Mas voltando, o começo de uma terapia, na verdade, tem início um tempo antes de começar. Quer dizer, começa antes internamente, nos conflitos que não foram resolvidos, nos sofrimentos que foram abafados, nos desejos incontroláveis.

2) A adaptação é necessária

Depois que se começa, o que é iniciado é, por definição, algo novo. Embora o novo possa ser sentido como uma repetição do que já passou, em outro cenário, ele exige mudança, exige adaptação. Se não há uma nova adaptação, fica-se no que já passou ou volta-se para trás, como um caranguejo temeroso. O que não quer dizer nada, sempre quer dizer qualquer coisa e nos interstícios, nos silêncios, nas interrupções, nos erros, os significados vão surgindo, se transformando, tomando outra forma. Mas uma condição fundamental para enfrentar o que surge e o que ressurge é aceitar o paradoxo de que a mudança passa pela aceitação do que se quer mudar.

3) A mudança vem da aceitação

Se alguém quer mudar um problema, uma dificuldade, um sinto-mal do qual clama e re-clama, se quer mudar mesmo, de verdade, tem que, em primeiro lugar, aceitar que há um problema, que há uma dificuldade, que há um mal-estar, um sintoma, uma dor ou o que seja. Até para adquirir uma nova habilidade, como se pode conseguir, se não se aceita a falta, o erro, o empecilho?
Por exemplo, se eu sou péssimo em matemática, como vou desenvolver a minha habilidade se eu não aceito que sou péssimo em matemática? E aí que surge o paradoxo da mudança: só se faz possível mudar ao aceitar, de coração, que é preciso mudar.

Sem comentários:

Arquivo do blogue

Acerca de mim

London, Harrow, United Kingdom